É um erro agir de forma não planejada, precipitada e sozinho. Se o Brasil quiser agir, precisa ser em bloco, entender o que a Europa vai fazer, o que outros países que foram tarifados vão fazer. Isso é fundamental. O que eu tenho medo é o Brasil acelerar, com características isoladas, só nossas, e isso chamar a atenção para o que a gente está fazendo e gerar uma retaliação ainda maior.
A questão tecnológica é a que mais importa para os Estados Unidos. Então, se o Brasil quiser realmente provocar uma dor, um dano, algo que seja relevante para os Estados Unidos, o setor tecnológico é o indicado, óbvio, para esse tipo de atuação. Mas é preciso desenhar esse imposto com muito cuidado, [porque] se a gente tarifa isso, será ruim porque encarece o custo de produção no Brasil também.
A premissa do governo [brasileiro] é que a tecnologia não é insumo. Só que, na verdade, é, sim, porque tecnologia, por exemplo, tem a ver com data center. Quantas empresas no Brasil usam o serviço da Amazon, por exemplo, a AWS, para hospedar seus sites, para gerar streams de vídeo? Ou usa os data centers da Microsoft, ou do Google? Então, ao tributar os lucros das empresas ou tributar as receitas das empresas, isso encarece também o serviço de data center, de armazenagem, que são insumos importantes para inúmeras empresas aqui no Brasil. Ronaldo Lemos, colunista da Folha de S.Paulo

Tales: ‘Ordem dentro do governo Lula é ter reação cirúrgica a Trump’
Ainda durante o UOL News, o colunista Tales Faria disse que o governo federal estuda uma reação precisa ao governo de Donald Trump caso o presidente dos Estados Unidos confirme sua pretensão de elevar tarifas sobre o aço e o alumínio de todos os países.
noticia por : UOL