O número de mortes no trânsito [por acidentes de motocicleta] é alarmante (…) e as empresas estão querendo implementar o serviço em São Paulo sem nenhuma regulamentação ou requisito de segurança. É uma disputa das empresas por lucro. (…) Isso vai gerar uma carnificina. Gerson Silva Cunha, diretor do Sindimotos, em entrevista à rádio Eldorado nesta sexta (24)
Outros relatam medo e indignação com ações da prefeitura para apreender motos de motoristas das plataformas. Segundo alguns deles, ações de blitz da Guarda Civil Metropolitana e fiscais de trânsito para apreensão de motocicletas aumentaram drasticamente na última semana. Eles afirmam que colegas precisaram pagar mais de R$ 6 mil para recuperarem suas motos apreendidas. Leia abaixo alguns dos relatos colhidos pelo UOL na última semana.
Na questão de fiscalização, alguns motoboys têm medo. Não posso falar por todos, mas os que eu converso nos grupos estão com receio por causa [das blitze], que parecem estar aumentando justamente por causa dessa situação. Não sei se a 99 está incomodando a prefeitura também [com o fornecimento do serviço]
Paulo, motociclista da 99, de 37 anos, em entrevista a Tilt
O que a prefeitura está fazendo não é justo. Não é possível que seja legal aprender a moto dos caras que estão regularizados e só tentando trabalhar. Se querem bloquear [o serviço], bloqueiem o aplicativo e vai para a Justiça resolver. Elas [empresas] têm poder, e o trabalhador não tem nem para conseguir recuperar sua moto. (…) Nessa briga de cachorro grande, é ele quem mais sofre. Nascimento, 57, entregador de moto por aplicativo, em entrevista ao UOL
Eu acho que, ao invés de coibir o trabalhador, a prefeitura deveria trabalhar mais com ações de proteção e conscientização para o motoboy não sofrer um acidente, com cursos preparatórios, por exemplo. Porque a gente precisa seguir trabalhando, mas não recebe nenhum suporte da prefeitura, nenhuma melhor condição de trabalho
Cristiane Santos, 41, que trabalha desde pandemia como entregadora de moto, em entrevista ao UOL
O prefeito não conseguiu brecar as plataformas de operarem aqui na nossa cidade e, em contrapartida, resolveu pressionar o trabalhador para ficar com medo e não fazer o transporte [de passageiros]. O que talvez ele não entenda é que não é que a gente se arrisca para peitar a prefeitura, a gente faz as corridas porque realmente precisa pôr comida dentro de casa
Junior Freitas, 44, motoboy e um dos organizadores do ato que reuniu dezenas de motociclistas em defesa da liberação de corridas de ‘mototáxi’ por aplicativo na última terça (21)
noticia por : UOL