Em seu pronunciamento nesta quarta-feira (18), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou a situação do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus (AM). O parlamentar enumerou as dificuldades enfrentadas na unidade de saúde, que agora está sob responsabilidade da Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (AGIR).
O parlamentar questionou ainda como uma organização sem fins lucrativos foi contratada pelo governo do Amazonas para gerir o hospital por R$ 32 milhões mensais. Para Plínio Valério, a situação exige maior transparência e fiscalização, especialmente diante do impacto negativo na saúde pública local.
— Um contrato no valor de R$ 2 bilhões. Para que isso pudesse acontecer, para que isso fosse concretizado, os cirurgiões ortopédicos que estavam lá há 10 ou 20 anos — outros estão há 30 anos — foram despejados, dispensados e obrigados a sair imediatamente do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Ao assumir, essa associação sem fins lucrativos, que vai receber R$ 32 milhões por mês, não vai ter nenhum lucro, não é? Se vão trabalhar com R$ 33 milhões, talvez eles coloquem até dinheiro — afirmou.
O senador relatou que pacientes aguardam nos corredores do hospital, enquanto médicos estão há três meses sem receber salários. Ele criticou a falta de planejamento na transição da gestão e alertou sobre o impacto negativo na formação de novos profissionais, com a redução de estágios e residências médicas. O parlamentar cobrou atuação do Ministério Público, que já foi acionado pelo Sindicato dos Médicos para investigar a legalidade do contrato.
— Há muitos impactos, muita gente vai morrer, porque você tira profissionais com expertise, que estão lá fazendo várias cirurgias por dia, e, se conseguir contratar, serão ortopedistas de outros estados ou então acadêmicos, recém-saídos da faculdade, que não têm aquela experiência necessária. Eu fico vendo as cenas que me mandam, e é de estarrecer. Parece aqueles filmes apocalípticos, aqueles filmes que apregoam o fim do mundo — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado
FONTE : MatoGrossoNews