O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não reconheceu os resultados da eleição presidencial venezuelana, alegando ser necessário ter acesso às atas, mas não chegou a reconhecer o candidato de oposição, Edmundo González, como presidente eleito, como fizeram outros países.
“Embora reconheçamos os gestos de distensão pelo governo Maduro — como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas — o governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”, afirma a nota do Itamaraty.
“O Brasil registra que, para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física. O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas.”
González exilou-se na Espanha depois de ter sua prisão determinada pelas autoridades venezuelanas. Nesta semana ele fez um tour por países das Américas para discutir a situação venezuelana com lideranças locais. Ele prometeu voltar à Venezuela, mas o governo Maduro disse que ele será preso se retornar.
Aliada de González e principal nome da oposição venezuelana, María Corina Machado, chegou a ser detida após uma manifestação contra o governo na quinta-feira, mas foi posteriormente libertada. Machado venceu as primárias da oposição venezuelana para enfrentar Maduro na eleição presidencial, mas foi impedida de concorrer pelo Judiciário do país, que é aliado a Maduro.
Na sexta, após a posse de Maduro, Machado convocou novos protestos contra o governo nas ruas do país.
noticia por : UOL