“Atos de um ditador”: governador da Califórnia pede que Trump retire tropas de Los Angeles

Em um cenário de tensão e desordem nas ruas de Los Angeles, que já dura três dias, o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, subiu o tom contra o governo federal. Neste domingo (8), após o presidente Donald Trump deslocar a Guarda Nacional para a cidade, Newsom classificou a medida como “atos de um ditador” e pediu a retirada do que chamou de “envio ilegal de tropas”.

A crise se instalou após uma série de operações realizadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega que resultaram na prisão de cerca 40 pessoas na cidade. As ações federais provocaram manifestações e escalaram para uma onda de violência.

Há registros de confrontos, carros incendiados e tumultos, principalmente na na região metropolitana de Los Angeles, marcada por uma forte presença latina. Diante do caos instalado, e acusando as autoridades locais de incompetência, Trump decidiu intervir.

Segundo a Casa Branca, a mobilização de 2 mil soldados da Guarda Nacional busca “lidar com a ilegalidade que foi permitida florescer” e “garantir a segurança de propriedades e pessoal federal”. Mais enfático, Trump justificou a decisão culpando a “esquerda radical” por instigar e financiar protestos violentos.

Horas após a chegada das tropas, manifestantes entraram em confronto com os soldados no centro de Los Angeles. Relatos da imprensa americana dão conta de que as autoridades utilizaram gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral, cassetetes e balas de borracha para dispersar a multidão.

Newsom reagiu solicitando formalmente ao governo que retire as tropas de Los Angeles e devolva cidade ao seu comando. “Não tínhamos problemas até Trump se envolver. Isso é uma violação grave da soberania do estado — inflamar tensões e, ao mesmo tempo, desviar recursos de onde são realmente necessários. Revogue a ordem. Devolva o controle para a Califórnia”, afirmou em sua conta no X.

Em outro post, o governador acusou Trump de incitar e provocar a violência, criar caos em massa, militarizar cidades e prender opositores. “Esses são atos de um ditador, não de um presidente”, disse.

Foi a primeira vez, desde 1965, que um chefe do Executivo americano envia a Guarda Nacional a um estado sem o pedido formal de seu respectivo governador. Naquele ano, o presidente Lyndon B. Johnson deslocou soldados federais para o estado do Alabama, com o objetivo de proteger manifestantes dos direitos civis.

noticia por : Gazeta do Povo

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