Quem pensa em pop, pensa em Andy Warhol. Ele era o rei em uma Nova York efervescente, onde tudo era possível. Em seu espaço antológico, The Factory, flanavam intelectuais, dramaturgos, drag queens, artistas sem-teto, celebridades de Hollywood e milionários. Ele teria cunhado a frase de que no futuro todos seriam famosos por 15 minutos – e depois cairiam no esquecimento. Um dos quadros mais famosos de Warhol, um silkscreen da série retratando Marilyn Monroe está na exposição.
Mas o fio condutor da exposição é a obra de Tom Wesselman (1931-2004), que morreu em 2004 aos 73 anos.
“É uma exposição dupla, pois é, ao mesmo tempo, uma retrospectiva dedicada a este artista, Tom Wesselmann, que é considerado um dos pais fundadores do movimento pop”, explica Oliver Michelon, um dos curadores. “Mas também é uma exposição dedicada à arte pop, já que é, no fim das contas, uma leitura do pop a partir da obra de Tom Wesselmann e uma interpretação um pouco mais ampla do pop, já que vamos abordar as origens do movimento, por volta de 1960, até os dias de hoje”, acrescenta.
“Tom Wesselmann, junto com Roy Lichtenstein, Andy Warhol e James Rosenquist, é uma das primeiras grandes figuras do pop”, relata o curador. “Ou seja, ele aparece na cena artística de Nova York no começo dos anos 60 com obras que mostram objetos de consumo cotidiano, formas vibrantes, enfim, que fazem a arte passar para uma nova dimensão ao se apropriar da cultura popular. É uma espécie de detonador do pop. Desde o começo dos anos 1960 até o meio da década, e depois, obviamente, sua obra também evolui.”
A mostra reúne 150 pinturas e trabalhos com técnicas mistas do artista. Há também 70 obras de outros nomes do pop, além de Andy Warhol, como os recordes de quadrinhos de Roy Lichtenstein, a releitura da bandeira norte-americana de Jasper Johns e as bolinhas de Yayoi Kusama.
O projeto levou cerca de dois anos para ser concretizado e teve dois curadores convidados, Dieter Buchhart e Anna Karina Hofbauer. “Nunca é fácil conseguir os empréstimos, ainda mais de artistas excepcionais como é o caso”, diz Michelon. “Também pudemos contar com o apoio generoso da família Wesselman, que nos emprestou muitas peças.”
noticia por : UOL