“Estou realmente feliz. Estaria mentindo se dissesse o contrário. Sou um deslocado de Shuja’iyya, na cidade de Gaza. Minha casa foi destruída. E agora, com este acordo, sinto que finalmente poderei voltar para casa. Sim, perdemos tudo: minha casa, as casas dos meus irmãos e parentes. Mas vou montar minha tenda sobre as ruínas da minha casa. Voltarei para casa, custe o que custar”, sublinhou.
Do lado israelense, este acordo não é aprovado por todos – a extrema-direita o rejeita completamente, denunciando-o como “uma capitulação”. Para as famílias dos reféns, a preocupação ainda prevalece. O acordo inicia um período de cessar-fogo de 42 dias, uma primeira etapa durante a qual 33 reféns israelenses serão gradualmente libertados. No entanto, ainda há cerca de cem israelenses em cativeiro em Gaza, e não se sabe quantos estão vivos.
Prima encontrada morta em um túnel
Gil Dickman é uma figura importante entre as famílias de reféns em Israel. Sua prima, Carmel Gat, foi encontrada morta em um túnel em Gaza em agosto. “Sinto muita tristeza. Penso que minha prima também poderia ter sido libertada. Mas este acordo não foi alcançado a tempo para ela. Por isso, fico feliz pelas famílias dos reféns que em breve reencontrarão seus entes queridos”, diz.
“Mas também estou muito preocupado com os reféns que não estão incluídos neste acordo. Há 65 pessoas cujo destino não foi mencionado. Conversei ontem com o primeiro-ministro Netanyahu, e ele disse que continuaremos os esforços para trazê-los de volta”, declarou à RFI.
“Ainda ouvimos explosões à distância”
“Sabe, não temos luz, então as ruas não estão iluminadas. A maioria das pessoas ainda não se atreve a sair para comemorar o cessar-fogo. O perigo ainda está presente”, contextualizou. “O cessar-fogo foi anunciado, mas não sabemos exatamente quando entrará em vigor. Portanto, presumo que a guerra ainda não acabou. E ainda estamos ouvindo explosões à distância. Provavelmente os israelenses ainda estão mirando em determinados alvos”, afirmou o palestino.
noticia por : UOL