Diante das constantes tentativas de negacionismo e apagamento da história política recente, o ato vai reivindicar a necessidade urgente de tombamento pelo IPHAN do quartel da Polícia do Exército com o objetivo de instalar ali um centro de memória e resistência contra os regimes de exceção.
Associação Brasileira de Imprensa
Ato contará com a presença de sobreviventes da ditadura. Alvaro Caldas e Lucia Murat estiveram presos no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna) durante a ditadura militar e sobreviveram à tortura. Agora, pedem que o local se torne parte da memória da ditadura militar para evitar o apagamento da história política do país.
Participante do ato esteve preso com Rubens Paiva. Alvaro Caldas afirma que causa angústia que o local em que esteve preso e onde foi torturado ainda funcione como quartel “como se nada tivesse acontecido”. “Uma das reivindicações mais importantes é tombá-lo e transformar esse prédio em um centro de memória.”
Eu sou recordista, infelizmente, nesse quartel, no centro de operações e tortura do Rio. Fui preso em janeiro de 1970, lá fui torturado, choque e pau de arara – um método para acabar com os grupos que contestavam a ditadura. Fiquei três meses lá, era um local de alta rotação. Depois fui preso por dois anos e meio, até ser julgado. Na época em que fui preso, era repórter especial do Jornal do Brasil. Ainda bem que esse filme ‘Ainda Estou Aqui’ trouxe esse tema e abriu debate sobre isso. A democracia precisa ter a sua história contada e que vivemos 20 anos de ditadura, nesse período pessoas foram assassinadas e sumiram com os seus corpos
Alvaro Caldas, jornalista e membro da Comissão da Verdade
noticia por : UOL