“O descrédito do sistema de eleição e as palavras acrimoniosas de suspeitas sobre Ministros do STF e do TSE, temário do discurso do Presidente da República aos representantes diplomáticos em Brasília, representavam passo a mais na execução do plano de permanência no poder, independentemente do resultado das urnas”, constatou.
“Ganham significado contundente estas frases pronunciadas pelo Presidente da República no evento: “estamos tentando antecipar um problema que interessa para todo mundo. O mundo todo quer estabilidade democrática no Brasil”.
Na avaliação da procuradoria, “preparava-se a comunidade internacional para o desrespeito à vontade popular apurada nas eleições de outubro”.
“À época, interpretou-se o evento como instrumento indevido de manobra eleitoreira. Apesar do inegável impacto eleitoral do evento, as investigações da Polícia Federal revelaram a faceta de interesse também penal do evento”, disse.
Segundo a PGR, o discurso promovido na ocasião, examinado em conjunto com as demais ações narradas na acusação, encaixa-se na estratégia maior de enfraquecimento do Estado Democrático de Direito, “no âmbito nacional e internacional”.
Para a PGR, a reunião de Bolsonaro com os embaixadores aconteceu “exclusivamente para que fossem ouvidas palavras de desconfiança e descrédito com relação ao sistema eleitoral eletrônico gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral, com sugestões desmerecedoras lançadas a integrantes da Corte”.
noticia por : UOL