“A democracia vive hoje seu momento mais crítico desde a Segunda Guerra Mundial, a desigualdade entre ricos e pobres aumentou de maneira expressiva”, disse Lula na abertura de seu discurso, enfatizando que “os superricos pagam proporcionalmente muito menos imposto do que a classe trabalhadora”.
Ele enfatizou ainda que “o Brasil tem investido no tema da cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global, fortalecendo as iniciativas existentes, incluindo os bilionários”. “Com a presidência dos Brics, da Cop 30 neste ano, o Brasil quer propor uma nova arquitetura, de financiamento climático”, destacou Lula durante o evento no Vaticano.
O fator Trump e o sistema tributário global
Em meio às rupturas na ordem mundial [impostas por Donald Trump, por exemplo], ainda é possível sonhar com um sistema tributário global mais equitativo? O advogado Pedro Abramovay acredita que “não temos outra opção”.
“Justamente em momentos como este, em que vemos ataques ao Estado, liderados por figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos, é que precisamos reforçar a ideia de que não há como enfrentar problemas globais – pandemias, desigualdade, mudanças climáticas – sem Estados fortes. Especialmente fora do Norte Global, onde a redução de ajuda e cooperação internacional exige que os países desenvolvam capacidade própria de reação. E isso só acontece com o fortalecimento da capacidade fiscal, o que depende de um sistema tributário internacional mais justo”, afirma.
“Chegamos perto do primeiro trilionário”
Sobre as tendências de desigualdade, o vice-presidente de Programas da Open Society Foundations destacou a crescente concentração de renda global, impulsionada pelo aumento do número de bilionários.
noticia por : UOL